Amigas solteiras e casadas

Amigas solteiras e casadas

Amigas solteiras e casadas

A última das moicanas

Entrevista com Olga Tessari

Pois é, finalmente aconteceu. Aquela sua última amiga solteira – ou melhor, a sua melhor amiga – apareceu para te fazer uma visita, levando o convite do casamento. Diante de você, ela ainda te faz um singelo e emocionado pedido: “Você topa ser madrinha?”

É lógico que você topa, afinal de contas não tem nada melhor do que prestigiar a felicidade daquela que você considera a sua alma gêmea de saias. Mas depois, bem depois, cai a ficha: todas as suas amigas casaram e você ficou sendo nada menos do que a última das moicanas, aquela que vai continuar livre, leve, solta… e sozinha.

Nesse caso, há dois tipos de reação: ficar deprimida, por não ter mais a companhia constante da mulherada, ou simplesmente tocar a vida, criando uma nova rotina e dando um belo grito de independência.

Por mais que a noiva jure que a amizade vai continuar a mesma, a realidade se encarrega de provar o contrário.

É nessa teoria que acredita a estudante Josiane de Oliveira, que foi madrinha de três das cinco amigas mais próximas e viu o contato ir diminuindo com o passar do tempo.

“Não sei o que acontece, mas o casamento parece ser uma vida em um outro planeta, uma realidade paralela. Programas bem básicos, como ir ao cinema ou sair para tomar um sorvete, ficaram impossíveis. Uma não pode porque o marido não vai junto, outra diz que vai jantar na casa da sogra que está indo viajar para sei lá onde, aí outra alega que recebeu gente – casada, é claro – para jantar na noite anterior e está cansada… Até os telefonemas vão ficando mais raros. Sinto uma falta tremenda das meninas, mas estou aprendendo a me conformar”, confessa Josiane.

É dessa mesma convivência que a advogada Vivian Matos sente falta.

“Sei que o casamento exige novas responsabilidades e os programas passam a ser outros, mas parece que as solteiras não são bem-vindas a esse clube. Já aconteceu bastante de as meninas deixarem de me convidar para programas de casais por acharem que eu me sentiria deslocada ou constrangida”, afirma Vivian.

Para tentar contornar a situação, Vivian saiu à procura de um namorado, só para poder fazer parte dos mesmos programas. “Nessa época eu pirei legal, porque eu já estava começando a pensar em também casar com o cara, para ter o estilo de vida que elas tinham. Lógico que ele percebeu meu desespero e caiu fora do relacionamento”, relembra ela.

No entanto, apesar das mudanças no contato e na rotina, há quem conviva muito bem com essa nova fase.

É o caso da professora Juliana Almeida, que não quis nem saber de choradeira e momentos de nostalgia.

“Eu já sabia que ia ser diferente, então tratei de fazer novas amizades. Me aproximei mais de colegas de faculdade, do meu curso de espanhol, fiz questão de manter minha vida social. A gente tem de aprender a respeitar a nova vida das amigas e cuidar da nossa, enquanto o nosso príncipe encantado não vem”, diz Juliana.

Ainda assim, ela mantém contato com as meninas. “Nos falamos por telefone pelo menos uma vez por semana, pra contar as novidades. Quase não nos vemos, mas isso não quer dizer que a amizade morreu”, conta Juliana.

Quem já subiu ao altar, como a estudante Karina Lima, confessa que sim, sente a maior falta das amigas.

“A vida da gente muda muito, não tem como a gente não sentir essa distância. A Manuela, minha melhor amiga, muitas vezes me cobra presença, mais atenção. Meu marido é um pouco ciumento, não gosta muito disso, acha que ela está querendo se intrometer. Faço o que posso para estar perto dela, e ela sabe que nunca vamos deixar de ser amigas por causa disso”, argumenta Karina.

Para a psicóloga Olga Tessari, toda situação que envolve perda possui um período de luto, no qual a pessoa ainda não sabe muito bem o que fazer na ausência da outra.

“É normal, num primeiro momento, a pessoa ficar reclusa e se sentir solitária. Mas, ao contrário do que se pensa, é a solteira que acaba se afastando da casada. Elas não entendem a nova rotina e acham que estão sendo deixadas para trás, o que não é verdade”, afirma Olga Tessari.

A solução, segundo Olga, é a mesma encontrada por Juliana: seguir em frente, mantendo a vida social e expandindo o círculo de amigos. “Convivendo com gente livre e desimpedida, é muito mais fácil passar por essa fase”, observa. Quem sabe, até, no meio dessa nova turma, não surge também a tampa que faltava na sua panela?

Matéria publicada no site Bolsa de Mulher por Ana Luiza Silveira

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

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