Ser pai depois dos 50 anos

Ser pai depois dos 50 anos

Ser pai depois dos 50 anos

Vantagens e desvantagens de ser pai depois dos 50 anos

Entrevista com © Dra Olga Tessari

Ser pai, nessa idade, é uma experiência de vida!

Completar 50 anos ou mais pode ser sinônimo de experiência de vida. Para alguns homens, o conhecimento pode dar espaço para a renovação e descoberta quando alguns resolvem se aventurar pelo mundo da paternidade após os 50 anos – seja pela primeira vez, segunda, terceira, quarta…

Segundo a psicóloga clínica Heloísa Garbuglio, nas primeiras décadas de vida tanto o homem como a mulher são reféns de suas emoções. Conforme a pessoa vai chegando aos 50 anos, explica a psicóloga, chega-se à fase da inteligência espiritual, em que a vida já proporcionou uma “boa” escola e é possível aproveitar os acontecimentos de uma forma mais plena, sejam eles um novo amor ou mesmo a paternidade.

Esse foi o caso do publicitário Carlos Henrique de Carvalho, 58 anos.

Há uma semana, ele foi pai pela terceira vez. O publicitário, que já tinha dois filhos (Christiano, 30 anos, advogado e jornalista, e Cláudio, 29 anos, médico), diz ter renascido para a vida com o nascimento de Cauã, no dia 02 de agosto. “Ter um filho em uma fase mais madura é renascer para a vida”, afirma. “A sensação é totalmente diferente. Você já sabe o que te espera pela frente ao longo do desenvolvimento da criança”, enfatiza. “Ser pai e ter um filho após os 50 anos faz você querer curtir mais os momentos e não ficar pensando só em aposentadoria ou na idade”, acrescenta Carlos.

Para a psicóloga Olga Inês Tessari, atuando com famílias desde 1984, a paternidade tardia pode ser o momento em que o homem vai se dedicar mais ao filho. “Em uma fase mais madura, o homem pode ter uma estabilidade financeira e emocional que permita a ele exercer bem o papel de pai”, declara. “É como se a pessoa voltasse no tempo. À medida que a criança cresce, o pai ‘cresce’ junto com ela”, explica Olga.

Recomeço tem sido uma palavra constante na vida de Geraldo Michelotti, 63 anos, advogado e economista, que em 2000, aos 56 anos, teve o terceiro filho, Gian Luca, 7 anos (primeiro filho do segundo casamento). “Quando tive os primeiros filhos no meu primeiro casamento não pude acompanhar o crescimento deles 100% porque tinha de trabalhar muito”, afirma Geraldo. “Os meus dois filhos com a Vera, 39 anos (Gian Luca e Luigi, 2 anos) me permitem começar tudo de novo. Posso, por exemplo, levá-los à escola, à natação e outras atividades e ir conversando sobre o dia-a-dia deles. Tem sido uma experiência muito gostosa”, declara Geraldo Michelotti.

O aposentado João Rossi, 83 anos, foi pai pela sexta vez em 1997, quando tinha 76 anos. Para ele, o nascimento da filha Karoline, 10 anos, foi uma forma de reaproximação com a família. Quando se casou, em 1987, com a atual mulher, Maria Aparecida, 40 anos, a família não aprovou a união e se distanciou um pouco. Assim que Karoline nasceu, os filhos voltaram a visitá-lo e hoje os encontros familiares com os seis filhos, três netos e quatro bisnetos são uma verdadeira alegria por causa dela.

Desvantagens da paternidade tardia

A paternidade tardia (em inglês Start Over Dads) pode não ser somente motivo de felicidade e alegria. Depois dos 50 anos, se o nascimento de um filho for motivado pelo desejo do homem em reforçar sua virilidade e a sexualidade, a paternidade não será algo saudável.

Para a psicóloga Olga Inês Tessari, o homem precisa ter a consciência de que ter um filho em idade mais avançada significa grandes mudanças em uma vida que provavelmente já está estabilizada. “Tudo depende da evolução que o homem que quer ser pai teve ao longo da vida. O pai não pode deixar de ter o filho como objeto de amor e ver nele apenas uma oportunidade de realizar processos e desejos que não elaborou quando mais jovem”. “Esse pai terá de se dedicar e se adaptar à energia fantástica que as crianças têm. Elas exigem muita atenção.

Alguns homens podem ter mais momentos livres aos 50 anos, mas outros podem estar exatamente na fase em que possuem mais compromissos profissionais por exercerem cargos de mais responsabilidades”, diz Olga Tessari. E ser pai nessa fase da vida pode ser difícil também.

Além disso, para o aposentado João Rossi, 83 anos, pai de Karoline, 10 anos, a diferença de idade pode atrapalhar porque o mundo se modernizou e a forma de criação não é igual a dos primeiros filhos (hoje a filha mais velha de João, Maria de Lourdes, está com 60 anos). Ser pai, então, pode ser bem diferente!

Matéria publicada no site Terra em 10/08/2007

576

AVISO! É proibida a cópia ou reprodução parcial/integral do conteúdo desse site em qualquer formato e em qualquer lugar, seja para uso comercial ou não, editorial, impresso, canal, blog, site ou rede social. Para compartilhar, use o link ou os botões de compartilhamento. A cópia sem autorização é crime sujeito às penas da lei: não seja o próximo a ser processado judicialmente! (Inciso I Artigo 29 – Lei 9610/98). Solicite sua autorização: clique aqui

Conheça mais sobre o trabalho de Olga Tessari e siga-a: Facebook – Youtube – Instagram – Twitter – Linkedin

Conheça mais sobre o trabalho de Olga Tessari e siga-a: Facebook – Youtube – Instagram – Twitter – Linkedin

olga_tessari

OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

www.ajudaemocional.com