Importância do Pai

Importância do pai

Importância do Pai

A função do pai é mais ampla e importante – Psicóloga diz que os pais também devem mostrar aos filhos como o mundo é

Entrevista com Olga Tessari

*as respostas de Olga Tessari estão registradas de acordo com a Lei de Direitos Autorais

Domingo é Dia dos Pais

Domingo é uma data bastante especial para a família, em que os pais são homenageados pelos seus filhos. E, no dia dos pais, o Site do Padre Marcelo Rossi traz uma entrevista especial com a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, que fala da importância do pai na educação e desenvolvimento dos filhos.

Importância do pai

Site Padre Marcelo Rossi – Qual a importância do pai no desenvolvimento e na educação dos filhos?
Olga Tessari –
O pai, tradicionalmente, é a figura que representa a lei, que impõe o respeito, que dita as ordens, que coloca as regras, que disciplina os filhos.

Na nossa cultura, ainda cabe à mulher a convivência maior com os filhos e, por ela ser movida mais pela emoção do que pela razão, muitas vezes ela se deixa levar pelas “súplicas” e “chantagens” dos filhos, cedendo aos seus caprichos, mostrando, mesmo que seja de forma inconsciente, que os filhos sempre acabam conseguindo aquilo que desejam, de uma maneira ou de outra.

Quantas mães não dizem: “Deixa o seu pai chegar, você vai se ver com ele!!” ameaçando os filhos quando eles não a obedecem ou quando ela não se deixa levar pelos apelos deles?

Ao pai não cabe apenas o papel de fazer cumprir as regras, de fazer prevalecer o que é o “certo”: a ele cabe também o papel de mostrar ao filho o mundo como ele é, sem “panos quentes”, tal como a mãe costuma fazer.

Site Pe. Marcelo – Por que o relacionamento entre o pai e os filhos é mais complicado do que com a mãe com os filhos, por exemplo?
Olga Tessari –
Não é que seja mais ou menos complicado, o problema é que a mãe está sempre com os filhos, ao passo que o pai, por trabalhar fora, muitas vezes chegando tarde em casa, acaba não tendo a mesma convivência, intimidade e cumplicidade que a mãe tem com os filhos, o que dificulta um pouco a aproximação dos filhos e vice-versa, afinal, para haver um bom relacionamento, é preciso conviver!

Além disso, pelo fato da mãe delegar ao pai o uso da autoridade dele como o cumpridor das “leis”, muitas vezes os filhos tem medo de se aproximar do pai, de ter uma interação maior ele por receio de que o pai os critique ou negue um contato maior, alegando estar cansado, que quer ver televisão ou que amanhã conversará com eles; muitos filhos acabam vendo o pai como um carrasco, mesmo que ele não o seja.

Site Pe. Marcelo – Até o padre Marcelo comentou no programa de rádio essa semana, que é mais fácil o pai dizer “eu te amo” para a filha do que para o filho. Por que isso ocorre?
Olga Tessari –
É comum o pai ter mais afinidade com a menina do que com o menino, assim como a mãe com o menino, ao invés da menina. Como o pai diferencia seu comportamento em relação ao filho e à filha, pela própria intimidade que ele tem com ela é mais fácil dizer a ela que a ama.

Por outro lado, por uma questão cultural, homens não costumam falar de seus sentimentos para outros homens, fecham-se em si mesmos, por isso é mais difícil ao pai dizer que ama o filho.

Site Pe. Marcelo – Por outro lado, na maioria dos casos o pai costuma podar mais a filha, não deixando que ela faça algumas coisas, enquanto que o filho tem mais liberdade. A que se deve isso?
Olga Tessari –
O pai idealiza sua filha como uma princesinha e, como tal, ela deve ser preservada do sofrimento e dos outros homens, que, em sua maioria, segundo ele (o pai), só querem se aproveitar dela ou fazer-lhe algum mal.

O pai tem mais dificuldade em aceitar que sua filha cresce e se torna uma mulher, por vê-la sempre como uma pessoa ingênua e infantil . Além disso, pela própria cultura ainda vigente, cabe ao menino ter toda a liberdade do mundo para tornar-se um homem o mais breve possível.

Site Pe. Marcelo – O que fazer para haver uma relação harmônica entre pai e filhos?
Olga Tessari –
Os fatores mais importantes para uma relação harmônica entre pai e filhos são a convivência, o respeito e o diálogo entre eles.

É importante que o pai tenha consciência de que, se gerou um filho, é responsável pelo seu desenvolvimento como pessoa e pela sua educação: ao pai cabe a tarefa de mostrar como é o mundo lá fora e ensinar o filho a saber lidar com ele da melhor maneira possível.

Saber ouvir é uma arte que deve ser praticada todos os dias e isso se faz com o convívio, o contato no dia a dia, realizando tarefas em comum, conversando com o filho, procurando saber dele como está, como passou o dia, como se sente: a atenção ao filho é fundamental para que ele cresça com autoestima e amor próprio elevados.

Além disso, antes de criticar um filho, pura e simplesmente porque ele fez algo que o pai recrimina ou discorda, é importante tentar entender o que o levou a agir da forma como agiu e aproveitar a situação como exemplo para educar e orientar o filho sobre a melhor maneira de agir e de se comportar.

Site Pe. Marcelo – Como o pai pode ser um bom exemplo para seus filhos?
Olga Tessari –
A sua conduta deve ser sempre pautada na coerência entre o que apregoa como correto e o que faz! A linguagem falada nem sempre é bem compreendida ou levada a sério, os filhos aprendem muito mais através do comportamento do pai.

Portanto, não adianta nada o pai dizer que é preciso ser paciente se ele é o primeiro a gritar por nada, não adianta dizer que o filho não pode fazer determinada coisa e ele mesmo fazer, ou seja, o melhor exemplo que o pai pode dar é a sua conduta ser coerente com as suas palavras. Como diz o ditado popular, “faça o que eu faço”!!

Matéria publicada no site do Padre Marcelo por Rodrigo Herrero – 12/08/2006

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

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