Traumas de relações passadas

Traumas de relações passadas

Traumas de relações passadas

Os traumas vividos em relacionamentos passados podem influenciar negativamente na busca por uma nova relação amorosa, dificultando um namoro ou até mesmo um casamento.

Entrevista com Olga Tessari

*as respostas de Olga Tessari estão registradas de acordo com a Lei dos Direitos Autorais

Para falar sobre esse tema convidamos a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, que explica as causas que levam aos relacionamentos não durarem muito tempo para algumas pessoas. Confira os principais trechos da entrevista!

Traumas de relações passadas

Site Padre Marcelo Rossi – O que explica o fato de uma pessoa não conseguir se relacionar (namorar, noivar, casar, etc.) muito tempo com outras?
Olga Tessari –
Relacionar-se significa fazer acordos, concessões, mas, principalmente, aceitar a outra pessoa como ela é, com seus defeitos e qualidades.

Relações efêmeras revelam a dificuldade no relacionamento entre as pessoas: o individualismo exagerado, a impaciência de esperar o tempo necessário para que possa haver um bom conhecimento mútuo, querer que o outro corresponda a todas as suas expectativas, descartando-a ao descobrir que esta pessoa real não é a imaginária ou desejada, não sabendo lidar ou conviver com os seus defeitos.

Vale dizer que toda pessoa vem o “kit completo de qualidades e defeitos”.

Site Pe. Marcelo – Hoje em dia se mostra mais difícil de as pessoas manterem um relacionamento por um longo tempo. Mais que uma pessoa ou outra, trata-se de um fato comum do mundo atual?
Olga Tessari –
Vivemos um tempo onde as regras sociais são mais maleáveis, é aceitável essa troca de parceiros, algo que até décadas atrás seria inadmissível. Muitos relacionamentos eram mantidos, mesmo a contragosto, apenas para evitar a crítica social.

Além disso, o culto ao individualismo e o ritmo frenético da vida tornam as pessoas menos propensas a investirem em relacionamentos duradouros por falta de tempo para se dedicarem a eles ou mesmo por dificuldades em estabelecer o diálogo, fator fundamental para administrar as diferenças e os conflitos que sempre surgem quando duas pessoas se relacionam.

Site Pe. Marcelo – Há uma série de fatores que levam uma pessoa a não conseguir manter um relacionamento duradouro…
Olga Tessari –
A causa mais comum está relacionada a traumas de relações passadas, onde houve muito sofrimento e dor. Muitas vezes, a pessoa somente mantém o relacionamento apenas enquanto não se envolve afetivamente, porque apaixonar-se, para ela, significa sofrer.

Mas existem pessoas que não querem mesmo o envolvimento, buscam uma troca constante, seja por não encontrarem o parceiro ideal, por não gostarem da rotina que sempre acaba acontecendo mais cedo ou mais tarde num relacionamento, por uma questão de auto afirmação: provar para si mesmo que é capaz de sempre poder conquistar mais uma pessoa.

Site Pe. Marcelo – Como a pessoa pode identificar o que lhe machucou “ontem” para que evite estragar o “hoje”?
Olga Tessari –
Ter em mente que todas as pessoas são diferentes e que, não é porque sofreu no passado que será sua sina sofrer novamente num novo relacionamento. É importante perceber e avaliar as causas deste sofrimento anterior, aprender com elas para evitar incorrer no mesmo erro novamente.

Diz o ditado: “é errando que se aprende”. Portanto, experiências ruins no passado podem levar a pessoa a definir melhor que tipo de parceiro deseja e como quer conviver com ele, sem prejudicar a si mesma.

Site Pe. Marcelo – Dá para ser feliz num relacionamento?
Olga Tessari –
Claro que sim! Para um relacionamento ser pleno e feliz, é preciso que ambas as pessoas tenham sonhos semelhantes, partilhem dos mesmos valores e ideais. Essa história de que os opostos se atraem funciona apenas na Física: em se tratando de relacionamentos humanos, a afinidade, a semelhança e os objetivos comuns são os pilares que mantêm a relação.

Pessoas muito diferentes entre si podem se sentir atraídas num primeiro momento por causa do fascínio que o novo e diferente pode trazer, mas certamente, ao longo do tempo, este relacionamento está fadado ao fracasso, justamente porque as diferenças começam a incomodar e prejudicar o relacionamento.

Por exemplo: se você gosta de dormir até mais tarde e se seu parceiro prefere acordar cedo e ouvir música em volume alto, isso pode gerar um conflito. Pior ainda é aquela pessoa que fica até tarde assistindo à TV no quarto, enquanto seu parceiro ao lado tenta, em vão, dormir.

É até possível casais muito diferentes entre si serem felizes, desde que haja o respeito mútuo pelas diferenças e que ambos sejam maduros o suficiente para administrarem estas diferenças com acordos e concessões que sejam benéficos para ambos, algo que não é muito comum ou fácil de acontecer.

Site Pe. Marcelo – Ainda é possível àqueles casamentos longos, de mais de 30 anos, por exemplo?
Olga Tessari –
É claro que é possível, desde que ambos partilhem dos mesmos ideais e que caminhem juntos ao longo da vida. O casal deve evoluir junto, seguindo os mesmos objetivos, apoiando-se mutuamente, mantendo o diálogo, administrando os conflitos de forma a não guardarem mágoas um do outro, tendo a consciência de que, para manter acesa a chama do amor, é preciso cultivá-lo todos os dias!!

Matéria publicada no site do Padre Marcelo por Rodrigo Herrero – 05/05/2006

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

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