Menopausa ainda é tabu

Menopausa ainda é tabu

Menopausa ainda é tabu

Médicos e psicólogos apontam a menopausa como uma fase de recomeço na vida das mulheres e de valorização de si mesmas

Entrevista com Olga Tessari

Menopausa ainda é tabu

Falar sobre a menopausa ainda é tabu, um assunto que inibe as mulheres. A falta de informação e o preconceito da sociedade perante o idoso são algumas das questões que influenciam esse tabu.

Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, a mulher que chega hoje aos 40/50 anos, é uma mulher que tomou pílula anticoncepcional, efetuou um planejamento familiar, está, profissionalmente, no auge de sua carreira.

“É justamente nesse momento que as mulheres percebem que estão envelhecendo, sofrendo o impacto da valorização do jovem e do belo por parte da sociedade. Também é nessa época que os filhos estão saindo de casa e a mulher precisa de certo nível de autonomia psicológica para poder reelaborar os velhos sonhos e preencher sua vida”, comenta a psicóloga.

Os efeitos psicológicos causados pela menopausa aparecem de acordo com a forma como a mulher encara essa etapa e com o seu próprio histórico de vida.

“É importante aceitar que a vida passa por fases e que todas essas mudanças têm coisas boas e ruins e que devemos tirar proveito de tudo”, aconselha Olga Tessari.

Um exemplo é a atividade sexual livre de riscos de gravidez. Além disso, a mulher pode dedicar-se mais a si mesma, praticar atividades que sempre teve vontade e deixava de lado em função dos filhos, da família e do trabalho.

“Na verdade, é mais uma das fases da vida e a mulher deve encará-la de forma natural, sem receios. Quanto melhor for a autoestima dela, menor será o sofrimento por conta do medo de envelhecer”, disse Olga Tessari.

Aliás, é o medo de envelhecer, numa sociedade que tanto valoriza a juventude, que cria esse mito da menopausa!

“Com o aumento da expectativa de vida, as mulheres devem ter em mente que passarão cerca de um terço de sua vida (quase 30 anos) no período climatério/menopausa e que precisam se planejar para manter a atividade cerebral e física como forma de melhorar a sua qualidade de vida”, afirma Wladimir Taborda, coordenador de ginecologia e obstetrícia do Departamento de Perinatologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

O que é a menopausa?

A menopausa é a última menstruação da mulher e ocorre entre 49 e 51 anos, em cerca de 50% das mulheres – é considerada precoce quando ocorre antes dos 40 anos e tardia após os 52 anos -, sendo um marco importante no climatério, que é o período de transição da fase reprodutiva para a fase não reprodutiva.

Nessa fase, há a parada da produção de hormônios pelos ovários (especialmente estrógeno), podendo ter efeitos como ressecamento da pele e de mucosas, queda de cabelos, ondas de calor, suor excessivo, irritabilidade, insônia, falta de atenção e memória, redução da libido e depressão. porém, segundo Taborda, cerca de 40% das mulheres não apresentam qualquer sintomatologia desagradável.

Terapia de Reposição Hormonal

A terapia de Reposição Hormonal (TRH) tem a função de repor os hormônios que a mulher já não produz naturalmente.

Segundo Taborda, existem muitas evidências científicas favoráveis à TRH, que incluem o alívio dos sintomas da menopausa e a prevenção da osteoporose, assim como a associação de progestágenos aos esquemas de TRH – capaz de reduzir a ocorrência de hiperplasia e de câncer endometrial (câncer do corpo uterino, mais comum em mulheres na pós-menopausa).

Porém, estudo patrocinado pelo National Institute of Health (NIH) dos EUA, mostrou que houve aumento do risco de câncer de mama, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e tromboembolismo venoso em mulheres em TRH, além de benefícios como redução do risco de fraturas do quadril (efeito protetor contra a osteoporose) e redução de câncer colo-retal.

“É importante salientar que, neste estudo, somente um regime terapêutico, uma única dose de hormônio e uma única via de administração dos medicamentos foram testados”, afirma Taborda.

“Por esta razão, não é prudente extrapolar esses achados para todos os tipos de regimes terapêuticos. Os riscos e os benefícios devem ser avaliados criteriosa e individualmente para cada paciente”, disse ele.

*Dr Wladimir Taborda é mestre e doutor em Medicina pela Unifesp e coordenador de ginecologia e obstetrícia do Departamento de Perinatologia, Hospital Israelita Albert Einstein.

**Olga Inês Tessari é psicóloga, psicoterapeuta e pesquisadora desde 1984, além de supervisora e consultora comportamental.

Matéria publicada na Revista DEFATO, ano 6, nº 51 por Maria Luiza Mattos

ME2-248

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais

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