Mentiras no trabalho

Mentiras no trabalho

Mentiras no trabalho

Mentiras e desculpas no ambiente de trabalho são mais comuns do que se pode imaginar.

Entrevista com © Dra Olga Tessari

As mentiras no trabalho fazem parte do dia a dia das pessoas?

Sim, as mentiras e desculpas estão presentes no ambiente de trabalho.

“Uma vez eu coloquei sabonete no olho, fui ao médico e falei que estava com conjuntivite. Resultado: uma semana afastada do trabalho”, conta Camila Fernandes, estagiária de Direito.

Mentiras e desculpas como esta no ambiente de trabalho são mais comuns do que se pode imaginar. A tia quebrou a perna ao atravessar a rua, a avó do amigo morreu, uma dor de cabeça inesperada apareceu no meio do dia ou a gripe pegou de jeito. Estas são somente algumas das desculpas que os chefes mais ouvem dos empregados.

Normalmente as pessoas usam desculpas e mentiras para justificar ausências, atrasos, saídas antecipadas ou quando imaginam que, falando a verdade, poderão ser prejudicadas na empresa.

De acordo com a psicóloga Olga Tessari, o principal fator que leva o indivíduo a mentir é a baixa autoestima. “Quando uma pessoa mente para, por exemplo, conseguir um cargo melhor ou para destacar-se diante de outras pessoas, certamente foi o mais fácil caminho escolhido para justificar a necessidade da mentira.”

Por outro lado, existem muitos outros fatores que levam as pessoas a mentir.

Cada pessoa tem seus motivos próprios, não existindo uma regra necessária para que isto ocorra.

Dra. Olga Tessari explica que é normal e natural uma “mentirinha boba”, desde que não prejudique ninguém nem a si próprio. Mas também defende que a mentira tem “pernas curtas” e num segundo momento essa mentira pode gerar conseqüências nada positivas, enredando uma nova mentira para dar continuidade à anterior.

“Porque a cada mentira que a pessoa conta, ela precisa inventar uma nova história e buscar sempre manter o controle, para não se delatar”, finaliza a psicóloga.

Mentiras no trabalho – Práticas diárias

Mentiras e desculpas viraram práticas diárias no ambiente organizacional; portanto, é importante que os gestores estejam atentos à repetição, pois de acordo com Wagner José Klockner, psicólogo do trabalho, “quem mente uma vez, com certeza, mentirá outras. Por isso, uma cuidadosa avaliação no processo de seleção de candidatos pode minimizar esse problema”.

A consultora de RH, Camila Mariano, concorda com Wagner e diz que o limite de tolerância para as mentiras e desculpas termina quando há desconfiança.

Por isso, é importante detectar a mentira, elencar os principais motivos e checar a veracidade da informação, “verificando atestados, notas fiscais e conferindo informações com outros profissionais que tenham conhecimento da situação”, diz Camila. Entretanto, o gestor de RH tem o papel de não tirar conclusões precipitadas.

É importante avaliar o perfil do profissional e notar se as mentiras são pontuais ou freqüentes e quais as conseqüências destas mentiras. “Uma conversa a fim de esclarecer dúvidas e colocar-se à disposição para ajudá-lo pode ser mais eficaz”, enfatiza a consultora.

A mentira, infelizmente, faz parte da vida, mas não é um mal necessário. Na opinião de Paulo Celso de Toledo, consultor da LCZ Desenvolvimento de Pessoas e Organizações, jogar aberto é imprescindível para estabelecer relação de confiança, o que é indispensável para um bom relacionamento no trabalho.

É preciso ter tolerância para as mentiras e desculpas. Se o profissional opta por mentir quando ele imagina que, falando a verdade, poderá ser prejudicado na empresa, mais tarde esta atitude poderá ser mais prejudicial.

O consultor Paulo Celso cita o caso de um vendedor que saiu para visitar um cliente no interior de São Paulo e acabou encontrando com seu gerente no pedágio da estrada para a praia. O que, a princípio, parecia uma estratégia “inocente”, surtiu justamente o efeito contrário, comprometendo a conduta profissional e abalando a confiança nele depositada.

Em geral, uma pessoa que mente está sempre tensa e preocupada com o que está acontecendo à sua volta.

Para o professor e membro do conselho científico do Instituto Nacional de Psicologia e Neurociências, além dos indicadores verbais, há geralmente alguns indicadores não verbais associados: “em vez de gesticular naturalmente, muitas vezes as mãos são utilizadas para confortar várias partes do corpo e é freqüente haver um maior esforço gestual.”

“Geralmente, há uma maior dificuldade em olhar para o interlocutor e o pestanejar pode tornar-se mais intenso”, disse ele. Ficando de olho nestes detalhes, talvez aquele colega de trabalho que sempre mata alguém da família para não ir trabalhar esteja com os dias contados.

As mentiras e desculpas mais contadas no trabalho:

• “Deu um problema no computador e perdi tudo”

• “Eu fiz a minha parte, ele que não fez a dele”

• “O fornecedor não entregou a mercadoria”

• “Tive problemas com o carro”

• “Tenho que sair mais cedo para fazer prova na faculdade”

• “O ônibus (metrô, trem, bondinho, avião) quebrou”

• “Passei mal, mas não fui ao médico”

• “Fui ao enterro da minha avó (tia, prima, sogra, amiga de infância)”

Matéria publicada no site RH Central

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