Morar só

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Morar só

Dicas para espantar a solidão de morar só.

Entrevista com Olga Tessari

Morar só?

O número de pessoas que decidiram morar sozinhas, seja por vontade própria ou necessidade, aumentou nos últimos anos. Morar só tem se tornado uma opção cada vez mais frequente.

Segundo dados o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), quase 7 mil pessoas moram sozinhas no país, o equivalente a 12,2% dos domicílios, que incluem imóveis próprios, cedidos, alugados ou em outras condições. Há dois anos, esse índice era de 9,1%.

Para quem decide sair da casa dos pais por pura vontade, a ideia de ser independente e morar só é ótima. Curtir o silêncio, não ter que dar satisfações a toda hora e ter na geladeira somente as coisas que gosta são alguns dos atrativos.

Morar só – solidão?

Mas para quem precisa morar só por necessidade, às vezes é difícil lidar com a solidão.

“Quando não se está preparado, morar longe da família e rodeado de pessoas estranhas é um obstáculo. Por este motivo é comum que, nos primeiros meses, as pessoas que saem de casa para morar só gastem muito com telefone, pois volta e meia contatam pais e amigos para espantar a solidão”, diz a psicóloga Olga Tessari. “Nos momentos de lazer (à noite e aos fins de semana) é comum que essas pessoas se sintam mais sós.”

Pamela Cardoso, de 28 anos, mora sozinha há 10. Foi motivada pela necessidade, para ficar mais perto do trabalho, e também pelo desejo se ter seu próprio canto. Ela conta que se sente sozinha quando não encontra alguém para desabafar sobre os problemas que ocorreram ao longo do dia ou sobre seus sentimentos (sabe aquelas coisas que somente o colo de mãe ou da pessoa amada resolvem?) e quando fica doente.

“Para lidar com esse sentimento procuro dar o melhor de mim na profissão e nos estudos. Sempre tento fazer algo que eu goste muito, como por exemplo, praticar dança de salão, corrida ou sair com os amigos”, comenta Pamela. E continua:

“Também faço o possível para estar sempre cercada de amigos e fazer coisas que contribuam para o meu bem-estar, pois ficar sozinha constantemente pode levar à depressão. É bom ter momentos de solidão, mas tudo com muito equilíbrio”, completa.

Dra. Olga Tessari dá outras dicas: “É preciso que a pessoa saia mais de casa para conhecer os vizinhos ou faça algum trabalho voluntário para criar novos vínculos”. E aconselha. “Não adianta ficar se lamentando porque está só. O ideal é aproveitar bem a própria companhia. Arrume o guarda-roupa, alugue um filme ou faça um jantar especial para você!”

Sempre alerta

Outro fator que precisa ser muito bem pensado é a segurança. Pâmela, por exemplo, conta que tem um bom relacionamento com vizinhos e usa como estratégia morar sempre próximo a algum parente. “Essa é a maneira que encontro para que haja sempre alguém ‘de olho’ no movimento da minha casa. Como sempre morei em casas e não em apartamentos, procuro por imóveis que tenham grades nas janelas e mais de uma fechadura na porta”, explica.

A ideia de ter parentes e amigos vigiando a casa também é uma tática indicada por Sérgio Costa, diretor da Delta Force Treinamento e Consultoria em Segurança. Ele sugere ainda que a pessoa tenha sempre em local certo telefones de emergência, de parentes ou pessoas a quem possa pedir ajuda. “Todo crime é composto por três fatores: um criminoso, uma vítima e uma oportunidade. O que é possível fazer é reduzir drasticamente a oportunidade”, diz.

Dicas de segurança

  • Mantenha atenção constante ao entrar e sair de sua residência. Muitos delinquentes abordam suas vítimas nesta hora porque estão distraídas;
  • Caso se ausente por um tempo mais prolongado, evite deixar luzes externas acesas durante viagens, pois isto denuncia que não há ninguém em casa;
  • Não acumule correspondências, jornais e revistas na varanda, pois dão também a impressão de que os moradores estão ausentes. Assim, suspenda as entregas ou peça para um vizinho recolhê-las;
  • Cães reforçam a segurança, desde que não sejam muito bravos, pois podem gerar acidentes com familiares, vizinhos ou empregados eventuais;
  • Nunca deixe a chave escondida no jardim da casa, embaixo do capacho ou dentro de um vaso. Os delinquentes conhecem todos os esconderijos.
  • Ao receber pessoas desconhecidas, como prestadores de serviço, adote cuidados como saber referências e contratar empresas reconhecidas no mercado;
  • Nunca leve até a sua residência uma pessoa que acabou de conhecer em uma balada ou em site de relacionamento sem antes saber onde trabalha, onde mora e telefones de contato.

E, para completar, Olga Tessari salienta que ter uma boa autoestima é o caminho para gostar de estar na própria companhia e apreciar esses momentos de solidão consigo mesmo. Quem foge da solidão a todo custo, tem problemas com autoestima e precisa de um tratamento psicológico para elevá-la e, assim, não sofrer por estar só!

Matéria publicada no site Vila Mulher por Juliana Falcão em 26/03/2012

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OLGA TESSARI – Psicóloga (CRP06/19571), formada pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisa e atua com novas abordagens da Psicologia Clínica, em busca de resultados rápidos, efetivos e eficazes, voltados para uma vida plena e feliz. Ama o que faz e segue estudando muito, com várias especializações na área. Consultora em Gestão Emocional e Comportamental, também atua levando saúde emocional para as empresas. Escritora, autora de 2 livros e coautora de muitos outros. Realiza cursos, palestras e workshops pelo Brasil inteiro e segue atendendo em seu consultório ou online adolescentes, adultos, pais, casais, idosos e famílias inteiras que buscam, junto com ela, caminhos para serem felizes! Saiba mais